Edição anual do Journal Citation Reports tem 1.075 publicações científicas que receberam fator de impacto pela primeira vez, entre as quais 35 brasileiras (Wikimedia)
Por Mônica Pileggi
Agência FAPESP - A nova edição do Journal Citation Reports(JCR), divulgado pela Thomson Reuters, lista 10.196 publicações científicas de 84 países, das quais 103 são do Brasil. O relatório mostra que, das 1.075 publicações que receberam fator de impacto pela primeira vez, 35 são brasileiras.
O JCR divulga anualmente, desde 1972, o fator de impacto de periódicos científicos internacionais. O relatório funciona como ferramenta de avaliação das revistas e reúne dados do Institute for Scientific Information - ISI Web of Knowledge com o objetivo de acumular e tabular a contagem de artigos e citações de diversas especialidades de ciências, tecnologia e ciências sociais.
O fator de impacto foi calculado pelo número de citações no ISI em 2010 - referentes a artigos publicados em 2009 e em 2008 -, dividido pelo número total de artigos publicados pela revista nos dois anos.
Segundo Abel Packer, coordenador operacional do SciELO (Bireme/FAPESP), o bom desempenho dos periódicos brasileiros pode ser observado desde a edição de 2009 do JCR. “A entrada de novos periódicos nacionais, de fora do Estado de São Paulo, em 2007 na base ISI contribuiu muito para o aumento do número de artigos e citações de autores brasileiros”, disse à Agência FAPESP.
Entre as brasileiras indexadas em 2008 no ISI está a Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, que na nova edição do JCR recebeu seu primeiro fator de impacto: 0,934.
“Em nossa área e no Brasil, estamos abaixo apenas da Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, revista mais tradicional no assunto”, disse o professor Thales de Brito, editor da publicação que acaba de ser avaliada.
Brito atribui a avaliação ao aumento do número de revisores internacionais e ao idioma em que aRevista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo é impressa desde 1995, o inglês. De acordo com o professor, isso facilitou a leitura e a citação dos artigos. “É uma língua de comunicação científica estabelecida e com jargão técnico bastante conhecido”, disse.
Desde que passou a ser publicada apenas em inglês, a revista tem recebido artigos submetidos por pesquisadores de outros países, como Argentina, Peru e Costa Rica. “Também recebemos trabalhos da Nigéria, Irã e Turquia. São países com problemas endêmicos semelhantes ao nosso”, ressaltou.
Outras revistas do Brasil que entraram no JCR são Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular(com fator de impacto de 0,963), o Brazilian Journal of Biology (0,625), a Revista Brasileira de Medicina do Esporte (0,445) e o Bioscience Journal (0,203).
Entre os periódicos brasileiros já indexados e bem avaliados na nova edição do JCR está o Journal of Applied Oral Science (JAOS), cujo fator de impacto saltou de 0,386, na edição anterior, para 0,966.
Para o professor Carlos Ferreira dos Santos, editor da JAOS - antiga Revista da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo -, que assumiu o cargo com a responsabilidade de internacionalizar a publicação, o inglês foi fundamental para o aumento no fator de impacto.
Em 2006, a revista deixou de ser bilíngue e passou a ser publicada apenas em inglês. Outra meta destacada por Santos é o aumento da base de autores e revisores estrangeiros.
“Hoje, temos cerca de 70% revisores estrangeiros e 30% brasileiros. Além disso, recebemos muitos artigos da União Europeia, seguida dos Estados Unidos, Ásia e Oceania. Isso, aliado ao acesso aberto à versão completa dos artigos na base SciELO, contribuiu para o aumento do fator de impacto do Journal of Applied Oral Science”, disse.
Journal of Citation Reports
http://wokinfo.com/products_tools/analytical/jcr
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