Poder360
o hábito de ler jornais impressos diminuiu. A plataforma agora é outra imagem da internet
Os principais jornais diários do Brasil continuaram a registrar perdas em suas tiragens impressas em 2017. A queda no ano passado foi de 146.901 exemplares na circulação média diária para 11 dos principais veículos nacionais.
A tendência vem se repetindo há 3 anos.
De 2015 a 2017, a redução na circulação média diária impressa foi de 520 mil exemplares.
Em dezembro de 2014, a tiragem impressa total desses 11 diários era de 1.256.322 exemplares em média por dia. Em dezembro de 2017, o número havia caído para 736.346 -o equivalente a uma redução de 41,4%.
Este levantamento considera, em ordem de tiragem impressa, Super Notícia (MG), Globo (RJ), Folha (SP), Estado (SP), Zero Hora (RS), Valor Econômico (SP), Correio Braziliense (DF), Estado de Minas (MG), A Tarde (BA) e O Povo (CE). A Gazeta do Povo (PR) parou de circular em versão impressa diária em 2017 -no início do ano passado sua circulação média era de apenas 26,6 mil exemplares por dia.
Os dados utilizados neste post são do Instituto Verificador de Circulação (IVC), que faz a auditoria das tiragens dos jornais citados. Clique nas imagens a seguir para ampliá-las:
A circulação digital desses jornais poderia compensar em parte a perda de venda das edições impressas. Exemplos do exterior, como o New York Times, inspiram as publicações brasileiras. O Times passou de 2 milhões de assinantes digitais em 2017.
No Brasil, entretanto, o boom das assinaturas pagas de edições on-line dos jornais ainda não chegou com o vigor que se observa no mercado norte-americano.
Nos últimos 3 anos, de 2015 a 2017, os 11 jornais brasileiros registraram 1 aumento modesto na venda de assinaturas digitais. O saldo é positivo, mas de apenas 31.768 cópias.
Como se observa os dados de 2015 e de 2016, nota-se que houve pouco avanço de leitores digitais que pagam para ter acesso aos principais veículos jornalísticos. Clique nas imagens para ampliá-las:
AUDIÊNCIA DIGITAL É GRANDE
Apesar de estar encolhendo quando se trata leitores pagantes nas suas versões impressas e digitais, os principais veículos jornalísticos brasileiros são potências na internet.
O conteúdo aberto -todos têm uma parte cujo acesso é gratuito- atrai milhões de visitantes aos sites de Folha, Globo, Estadão e outros.
Essa predominância dos veículos que praticam jornalismo profissional também pode ser vista no número de seguidores que cada 1 tem nas principais redes sociais.
Levantamento realizado na semana passada mostra o seguinte acervo de seguidores dos principais jornais diários no Facebook:
Folha: 5.954.066
Globo: 5.574.463
Super Notícia: 48.972
Estado: 3.711.606
Zero Hora: 2.572.606
Estado de Minas: 187.910
Correio Braziliense: 712.925
Valor Econômico: 982.096
Gazeta do Povo: 1.380.478
A Tarde: 203.976
O Povo: 1.311.636
Esse exército de seguidores não tem ajudado a turbinar os assinantes digitais. Todos os principais jornais têm planos especiais e promoções para atrair novos leitores.
Eis os valores mensais que cada veículo cobra (clique no nome dos veículos para ter acesso ao site de assinaturas):
Folha
assinatura da versão digital: R$ 29,90
assinatura combinada impressa e digital: R$ 104,90
O Globo
assinatura da versão digital: R$ 29,90
assinatura combinada impressa e digital: R$ 99,90
Valor
assinatura da versão digital: R$ 42,90
assinatura combinada impressa e digital: R$ 79,90
Estadão
assinatura da versão digital: R$ 10,90
assinatura combinada impressa e digital: RS$ 130,00
Correio Braziliense
assinatura da versão digital: R$ 19,90
assinatura combinada impressa e digital: R$ 58,31
Zero Hora
assinatura da versão digital: 19,90
assinatura combinada impressa e digital: R$ 67,90
Quem visita os sites de todos esses jornais listados acima notará uma idiossincrasia: o valor da assinatura apenas da versão impressa nunca é informado. Quem desejar descobrir precisa fazer uma ligação telefônica.
Trata-se de uma decisão deliberada dos veículos de matar aos poucos a plataforma impressa.
Outro fato que merece menção: quem deseja assinar qualquer jornal precisa realmente estar com muita vontade. Os sistemas são lentos e cheios de exigências que irritam o consumidor que gostaria de apenas clicar e dar o número do seu cartão de crédito.
No caso do jornal gaúcho Zero Hora o sistema é curioso. Para saber o valor do pacote de assinatura impressa e digital o consumidor é obrigado a deixar seu número de telefone para que o jornal ligue de volta. Foi assim que o Poder360 pôde obter os valores descritos acima.
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